sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vamos comer melhor

Comer é uma necessidade mas sobretudo um prazer.

Segundo um recente estudo realizado nos EUA estará para breve a solução para aqueles que têm tendência para engordar facilmente. De facto existem indivíduos que comam o que comerem nunca engordam e isso poderá estar, segundo este estudo, interligado com os níveis de prazer que sentimos quando comemos - o prazer de comer. Será que as pessoas com excesso de peso acham que comidas com muito açúcar ou muitas calorias são menos satisfatórias do que as pessoas magras levando-as a comer mais quantidade?

O estudo realizado ao nível cerebral foi efectuado em diversas mulheres jovens e adolescentes e descobriu diferenças significativas por exemplo na maneira como os diversos cérebros reage à ingestão de batidos de chocolate comparando com uma bebida "sem gosto". Usando um scanner especial para determinar o nível actividade no "centro de prazer" do cérebro e em conjunto com um teste genético os cientistas até puderam prever quais as que no decorrer do ano do estudo iriam ganhar peso. Este teste consiste em usar os receptores de dopamina existentes no cérebro para contar os impulsos enviados. Estes receptores são os processos químicos existentes e que permitem "receber" e "enviar" os estímulos para o "centro de prazer" do cérebro. Segundo o Dr. Stice, um dos coordenadores, as pessoas obesas poderão ter menos receptores de dopamina justificando a ingestão de mais comida, enquanto aquelas com mais receptores ingerem menos quantidade para obter o tal "prazer" a nível cerebral - poderá ser considerado até como uma espécie de recompensa para o mesmo.

No estudo foram monitorizados dois grupos de mulheres - 43 mulheres entre os 18 e 22 anos e 33 entre 14 e 18 anos. Cada uma realizou também um teste denominado Taq1A1 que permite estabelecer os níveis da existência destes receptores de dopamina.

O Dr. Stice aponta também diversos factores de ordem psicológica que, em virtude de serem controlados por químicas do cérebro, podem determinar a pré-disposição dum indivíduo para ingerir mais comida se estiver num ambiente rodeado por alimentos contendo mais calorias, por exemplo. Compreender os factores que levam à activação deste sistema de recompensa existente no cérebro é fundamental para ajudar as pessoas a regular o seu peso.

No futuro poderá ser possível identificar as pessoas com mais ou menos sensibilidade a este tipo de estímulos e controlá-los através de opções farmacológicas de maneira a impedir a obesidade. Cara Bowen, da Universidade do Oregon onde foi feito o estudo, diz que o mesmo é o primeiro a usar este tipo de Scanner cerebral juntamente com testes genéticos, para determinar os níveis de receptores existentes em cada ser humano. Acrescenta ainda que certos factores biológicos poderão implicar também o risco de ganhar peso e que o mais importante é compreender como intervir de maneira a evitar a obesidade.


Sem comentários:

Enviar um comentário