quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

As crianças não são hiperactivas, são mal educadas

Artigo no Expresso de Henriqe Raposo.

As crianças não são hiperactivas, são mal educadas

É uma comédia que se acumula no dia-a-dia. Um sujeito vai ao café ler o jornal, e o café está inundado de crianças que não respeitam nada, nem os pardalitos e os pombos, e os pais "ai, desculpe, ele é hiperactivo", que é como quem diz "repare, ele não é mal-educado, ou seja, eu não falhei e não estou a falhar como pai neste preciso momento porque devia levantar o rabo da cadeira para o meter na ordem, mas a questão é que isto é uma questão médica, técnica, sabe?, uma questão que está acima da minha vontade e da vontade do meu menino, olhe, repare como ele aperta o pescoço àquele pombinho, é mais forte do que ele, está a ver?". E o pior é que a comédia já chegou aos jornais. Parece que entre 2007 e 2011 disparou o consumo de medicamentos para a hiperactividade. Parece que os médicos estão preocupados e os pais apreensivos com o efeito dos remédios na personalidade dos filhos. Quem diria?

Como é óbvio, existem crianças realmente hiperactivas (que o Altíssimo dê amor e paciência aos pais), mas não me venham com histórias: este aumento massivo de crianças hiperactivas não resulta de uma epidemia repentina da doença mas da ausência de regras, da incapacidade que milhares e milhares de pais revelam na hora de impor uma educação moral aos filhos. Aliás, isto é o reflexo da sociedade que criámos. Se um pai der uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra num café ou supermercado), as pessoas à volta olham para o dito pai como se ele fosse um leproso. Neste ambiente, é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento do que dar uma palmada, do que fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que pôr de castigo. Não se faz nada disto, não se diz não a uma criança, porque, ora essa, é feio, é do antigamente, é inconstitucional.

Vivendo neste aquário de rosas e pozinhos da Sininho, as crianças acabam por se transformar em estafermos insuportáveis, em Peter Pan amorais sem respeito por ninguém. Levantam a mão aos avós, mas os pais ficam sentados. E, depois, os pais que recusam educá-los querem que umas gotinhas resolvam a ausência de uma educação moral. Sim, moral. Eu sei que palavra moral deixa logo os pedagogos pós-moderninhos de mãos no ar, ai, ai, que não podemos confrontar as crianças com o mal, mas fiquem lá com as gotinhas que eu fico com o mal.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

França no Mali

Estranho este interesse francês pelo Mali…

Menos estranho é o facto desse país ser rico em urânio. Por momentos cheguei a temer que o interesse fosse simplesmente as pessoas.

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Crise para alguns

Apesar da "crise" a VW anunciou um aumento nos lucros na ordem dos 11%.

Isto é que vai uma crise…

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Abafar

E não há nada como uma pequena disputa futebolística para animar o pessoal. Sempre foi assim e esta semana que se avizinhava como crucial na análise de mais aquela prego no sapato chamado relatório do FMI. Este documento que retrata uma realidade a que não podemos fugir resultado de muitos anos de desgovernações e que muitos teimam em não ver será concerteza abafado pelo empate do Benfica-Porto - de longe mais importante.

O "se é política nem quero saber" vai voltar em força dedicando-se o Zé Pagode à efémera arte de comentar a política preferida - os jogos da bola.

Há coisas que nunca vão mudar.

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A gaja

Existe um tipo de "gaja" que não mexe o rabo para nada. Deambulando mole pelos cantos da casa, procura, quiçá, um rumo que nunca encontra.

Isto durará até à separação.

A partir desse momento vai dedicar o resto da sua vida a infernizar o "gajo". E, servindo-se duma energia extra, que carrega algures dentro de si sem saber, vai moer o outro até mais não. Vai ser o objectivo da sua vida. Nada mais importa do que a vingança e a sensação que afinal sempre foi ela que dominou.

Encalhada algures na praia da vida, que já não lhe pertence, um dia cai em si e vê que o que parecia ser tão importante afinal não vale nada.

Tanto esforço.

Lamentará não ter seguido em frente.

Mas como aconteceu tudo? Ela até era uma gaja que entendia de gajos como ninguém.

Isto a título de nota, claro porque o resto fica nas entrelinhas desta nota.

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O ser

E admito que talvez eu até seja um pouco diferente. Dito isto com honestidade e algum sentido de humor à mistura. Na realidade nunca me enquadrei no tal perfil que um trabalhador normal deveria ter e por isso, simplesmente, não me enquadro.

Partilho com alguma distância as alegrias e tristezas do conjunto e graças a Deus não sou tido nem achado para a maioria das decisões importantes dos "outros". Nem sei porque referi Deus aqui pois nem sou assim tão crente nessas coisas, mas pronto, saíu.

E isto tudo para quê?

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A lata

Somos um restaurante pequeno e causal no centro da cidade e estamos à procura de músicos para tocarem de graça no nosso restaurante, podendo assim promover a sua música e vender os seus CDs. Este não é um emprego diário, e sim para eventos especiais que eventualmente se tornarão eventos diários uma vez que a ...resposta do público seja positiva. Preferimos que toquem Jazz, Rock, e outros ritmos mais leves, de todo o mundo e de várias culturas. Estás interessado em promover o teu trabalho? Então comunique-se connosco o mais rápido possível.

Resposta de um Músico:

Feliz Ano Novo! Eu sou um músico, com uma casa grande, à procura de um dono de restaurante que venha a minha casa promover o seu restaurante ao fazer comida de graça para mim e meus amigos. Isto não aconteceria diariamente, mas a princípio em eventos especiais, os quais poderão eventualmente crescer e se tornar algo grande e diário, se a resposta for positiva. Preferimos carne de primeira e refeições exóticas e culturais. Você está interessado em promover o seu restaurante? Então comunique-se connosco urgentemente!

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Ainda mais?

E sempre no seu melhor lê-se e ouve-se que os nossos governantes decidiram enviar para o parlamento a Lei que prevê que as indemnizações por despedimento caiam para os 12 dias.

Nada de espantar se não fosse o facto desta matéria já ter sido discutida e aprovada pelos parceiros sociais na que deveria ser a mesa de negociação da consertação social. Em miúdos o que acordaram fizeram tábua rasa e violaram a confiança dos parceiros sociais.

Nas palavras do homem da UGT ainda não é caso para rasgar o acordo. Gostaria eu de saber qual será o caso para que se rasgue de vez esse acordo que não foi respeitado por uma das partes. Negociar assim não é negociar!

Alguém duvida que isto vai acabar muito bem?

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Frio na Ilha da Lenha

E hoje faz um frio de rachar pedra.

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Traduzindo inglês para portugalês

E como nunca mais tinha batido no famigerado acordo ortográfico eis aqui um bom exemplo do bom portugalês que essa gente nos tenta impingir. Já tinha referido que o interesse nunca foi a língua portuguesa mas sim o dicionário dum sistema operativo inventado por um senhor chamado Bill Gates:


Esta imagem refere-se a um manual para uma BMW 1200 GSA traduzido para portugalês. Esse manual é escrito originalmente em inglês e bastou traduzir essa peça de artesanato acima para ver a qualidade da suposta...

Quem nos acude?

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Cadeado


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Hugo Chavez

A vida do presidente está dependente das máquinas que, segundo as notícias, está para breve o desligamento.

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O orçamento

O PR vai enviar o orçamento de estado para o tribunal constitucional e que não terão nenhuma consequência real. O facto é que o mesmo é inconstitucional e que deveria ter sido simplesmente vetado.

Curioso porém o facto desta situação aparecer depois do nosso Primeiro Ministro ter referido que alguns reformados nunca descontaram para as reformas que recebem.

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O tempo?

Não é o tempo do poeta nem nada disso. O tempo que me refiro é mesmo o tempo. Aquele da chuva, do vento e do sol.

E na Ilha da Lenha o fim de ano foi coroado com um sol de verão. Quente e bonito para aqueles que nos visitaram. Apesar de tudo precisamos mesmo disso: dos que nos visitam e voltam mais tarde com a família.

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Sem panela não se coze arroz

Voltámos aos anos 70 mas com menos acidentes, menos mortos e menos feridos. Uma vitória incontestável para toda a humanidade não fossem os preços dos combustíveis, portagens e tudo o que diz respeito ao modus vivendi do português e que facilmente geram estes factos.

Não fosse isso a coisa até aumentava.

Apesar das tecnologias altamente avançadas e ao dispor na Ilha da Lenha, sempre na vanguarda, os apagões sucedem-se com intervalos cada vez mais curtos.

E agora?

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Ano Novo

O fim de ano?

Trabalhando, claro, como o fiz durante anos e anos. Desta vez por prazer e também por necessidade. Arrependido? Sim, sem dúvida porque aprendi a gostar demais da companhia da família nestas alturas. Ainda sinto o vazio.

Enfim, comecei às 19 horas e acabei às 3:15 e por isso, nada de novo ou melhor, nada que já não tenha acontecido anos a fio com um intervalo de 10 anos onde comecei a me acostumar mal.

Ver os famosos Fireworks na TV não provoca aquele disparo de adrenalina onde o espectáculo se associa ao ruído ensurdecedor dos rebentamentos. Uma coisa dissociada doutra não funciona bem. Comigo mais alguns. Sem história digna de registo.

E foi assim.

E aqui, de volta à secretária que me tem acolhido nos últimos anos, sentado com um monte de papeis à minha frente. Exactamente no mesmo lugar onde a deixei em 2012. Onde se deseja 'um bom ano' automaticamente sem pensar sequer que esse ano tem 365 dias.

Ouvindo a TSF dum modo impessoal.

Sem mais.

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