quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Esmiuçando Cavaco

Esmiucemos a comunicação do Senhor dos Tabús:

« 1. Durante a campanha eleitoral foram produzidas dezenas de declarações e notícias sobre escutas, ligando-as ao nome do Presidente da República e, no entanto, não existe em nenhuma declaração ou escrito do Presidente qualquer referência a escutas ou a algo com significado semelhante.
Desafio qualquer um a verificar o que acabo de dizer. E tudo isto sendo sabido que a Presidência da República é um órgão unipessoal e que só o Presidente da República fala em nome dele ou então os seus chefes da Casa Civil ou da Casa Militar.»

O que Cavaco diz é verdade, mas o facto é que apesar de poderem provocar uma grave crise institucional o PR nunca desmentiu as notícias, chegou a insinuar que eram lançadas por quem queria desviar a atenção de problemas como o desemprego, mas nunca desmentiu. Com o silêncio Cavaco promoveu a especulação e consolidou as suspeitas ao ponto de se terem transformado em bandeira eleitoral do PSD. Cavaco não só não desmentiu as notícias como permitiu que as falsas suspeitas lançadas pelo Público fossem transformadas em discurso político por Manuela Ferreira Leite. Em bom português “quem cala consente”, foi isso que cavaco Silva fez até ao momento em que o Diário e Notícias reproduziu o famoso mail entre jornalistas do Público.

« 2. Porquê toda aquela manipulação?
Transmito-vos, a título excepcional, porque as circunstâncias o exigem, a minha interpretação dos factos. Outros poderão pensar de forma diferente. Mas os portugueses têm o direito de saber o que pensou e continua a pensar o Presidente da República. Durante o mês de Agosto, na minha casa no Algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo à análise dos diplomas que tinha levado comigo para efeitos de promulgação, fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD (o que, de acordo com a informação que me foi prestada, era mentira). E não tenho conhecimento de que no tempo dos presidentes que me antecederam no cargo, os membros das respectivas casas civis tenham sido limitados na sua liberdade cívica, incluindo contactos com os partidos a que pertenciam. Considerei graves aquelas declarações, um tipo de ultimato dirigido ao Presidente da República.»

Qual manipulação? Quem manipulou não foram os jornalistas que reproduziram as notícias que iam saindo no Público, os comentadores que fizeram as análises das mesmas ou o partido político visado pelas insinuações. Quem manipulou foi o assessor do Presidente, os jornalistas do Público e quem, com um silêncio premeditado e comprometedor, permitiu que as dúvidas se instalassem nos portugueses.
Se Cavaco considera que os seus assessores podem assessorá-lo de manhã e à tarde ajudarem a Dra. Manuela Ferreira Leite tudo bem, mas não vale a pena invocar os presidentes anteriores pois não há memória de os seus assessores terem sido notícia por estarem envolvidos em processos eleitorais, isso é um exclusivo da sua casa civil. Nem no tempo de Eanes, quando a esposa de um Presidente no pleno uso dos seus direitos de cidadania ajudou a fundar o PRD foi notícia o envolvimento de assessores e muito menos na criação de factos falsos. Mas se acha que os seus assessores podem fazer o que querem porque razão lhes perguntou se a notícia era verdadeira? Não foi a primeira vez que os assessores de Cavaco Silva foram notícia pelo seu envolvimento nas actividades do PSD, o Expresso chegou a noticiar a colaboração de assessores de Belém na eleição de Manuela Ferreira Leite. Porque razão nessa ocasião a Presidência da República desmentiu a notícia (mas o Expresso respondeu mantendo-a) e desta vez nada fez e o Presidente diz que os seus assessores podem fazer o que querem? Dessa vez também os questionou sobre a veracidade da notícia? Porque considerou um ultimato declarações de deputados eleitos pelos portugueses, também eles titulares de um órgão se soberania e não reagiu ao ultimato de Pacheco Pereira feito em plena campanha eleitoral e que nestes últimos dias fez insinuações sobe o que Cavaco iria dizer? Bem, para Cavaco Silva as suas férias parecem ser mais importantes do que as eleições legislativas...

« 3. A leitura pessoal que fiz dessas declarações foi a seguinte (normalmente não revelo a leitura pessoal que faço de declarações de políticos, mas, nas presentes circunstâncias, sou forçado a abrir uma excepção). Pretendia-se, quanto a mim, alcançar dois objectivos com aquelas declarações: Primeiro: Puxar o Presidente para a luta político-partidária, encostando-o ao PSD, apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias. Segundo: Desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos. Foi esta a minha leitura e, nesse sentido, produzi uma declaração durante uma visita à aldeia de Querença, no concelho de Loulé, no dia 28 de Agosto.»

Isenção? Como se pode ser isento se defende que os seus assessores podem envolver-se activamente nas actividades de um partido, por coincidência o seu? Como se pode ser isento quando Manuela Ferreira Leite por mais de uma vez antecipou o pensamento do Presidente usando-o no debate político?
Um Presidente da República digno do cargo não faz conjecturas, nem transforma as suas opiniões, dúvidas ou suspeições em declarações, é para isso que foi eleito, é por isso que fala enquanto Presidente da República. Se acha que pode dizer opiniões pessoais nada o impediria de dizer na comunicação oficial a opinião da Dona Maria ou do seu genro Montês. De um Presidente esperam-se provas e factos.

« 4. Muito do que depois foi dito ou escrito envolvendo o meu nome interpretei-o como visando consolidar aqueles dois objectivos.
Incluindo as interrogações que qualquer cidadão pode fazer sobre como é que aqueles políticos sabiam dos passos dados por membros da Casa Civil da Presidência da República. Incluindo mesmo as interrogações atribuídas a um membro da minha Casa Civil, de que não tive conhecimento prévio e que tenho algumas dúvidas quanto aos termos exactos em que possam ter sido produzidas. Mas onde está o crime de alguém, a título pessoal, se interrogar sobre a razão das declarações políticas de outrem? Repito, para mim, pessoalmente, tudo não passava de tentativas de consolidar os dois objectivos já referidos: colar o Presidente ao PSD e desviar as atenções.»

É curioso como para Cavaco Silva as declarações políticas de deputados eleitos pelos portugueses são condenáveis e as insinuações dos seus assessores, lançando acusações graves sobre um primeiro-ministro não são crime.
O crime está no facto de serem lançadas suspeitas sobre um primeiro-ministro legítimo e com o seu silêncio Cavaco consentir nessas declarações. Se fez sentido desmentir que os seus assessores estiveram envolvidos na eleição de Manuela Ferreira Leite porque razão não houve nenhum desmentido quando um dos seus assessores lançou dúvidas sobre a dignidade do primeiro-ministro? Cavaco calou e consentiu, só reagiu quando o seu próprio nome foi posto em causa pela notícia do DN. Enquanto a democracia se ia afundando em intrigas, suspeitas insinuações Cavaco esteve calado, só saiu ao terreiro quando a sua própria imagem ficou posta em causa, quando muitos portugueses questionaram a sua actuação ou falta dele, quando a generalidade dos comentadores falaram de renúncia ou falta de condições para se recandidatar. Cavaco não teve conhecimento prévio do que disse Fernando Lima, mas teve-o quando as insinuações do seu assessor foram manchete no Público. Mas optou pelo silêncio deixando o primeiro-ministro carregar com as suspeitas enquanto Ferreira Leite usava as notícias para fazer campanha. Curiosamente quando se refere ao envolvimento de assessores na elaboração do programa do PSD, Cavaco confia na palavra destes e assegura que a notícia não foi verdadeira. Mas quanto às escutas parece que Cavaco não se preocupou muito em confirmar os factos, diz agora que tem “algumas dúvidas quanto aos termos exactos em que possam ter sido produzidas”. Afinal o seu assessor não lhe contou muito bem o que disse ao jornal Público, ou foi confuso na explicação? Sobre questões menores Cavaco interrogou os assessores e desmente algo que até foi notícia no site do PSD, quando está em causa a dignidade do primeiro-ministro Cavaco opta por tirar conclusões a partir das notícias e fica com dúvidas.

« 5. E a mesma leitura fiz da publicação num jornal diário de um e-mail, velho de 17 meses, trocado entre jornalistas de um outro diário, sobre um assessor do gabinete do Primeiro-Ministro que esteve presente durante a visita que efectuei à Madeira, em Abril de 2008.
Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail e, pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas. Não conheço o assessor do Primeiro-Ministro nele referido, não sei com quem falou, não sei o que viu ou ouviu durante a minha visita à Madeira e se disso fez ou não relatos a alguém. Sobre mim próprio teria pouco a relatar que não fosse de todos conhecido. E por isso não atribuí qualquer importância à sua presença quando soube que tinha acompanhado a minha visita à Madeira.»

O facto de o mail ter 17 meses não lhe retira importância face ao que dizia, todos os crimes têm um prazo de prescrição e não é por terem sido cometidos há 17 meses que deixam de ser graves. Além disso o mail não era sobre a ida de um assessor de Sócrates numa visita presidencial, algo que Cavaco certamente sabia, para além de uma visita oficial de um Presidente da República nada ter de secreto, chega a viajar com aviões cheiros de gente. Não se entende o porquê de tratar um assessor de Sócrates como se fosse um espião russo. Será que o assessor viajou sob falsa identidade? Cavaco distorce o conteúdo do mail, a tentativa de fazer insinuações sobre a presença de um assessor de Sócrates na comitiva foi o truque usado para apagar o rasto das mentiras lançadas no jornal, agora Cavaco vem dar a entender que o facto grave foi a presença de um assessor de Sócrates na sua comitiva, como se Sócrates fosse primeiro-ministro da ex-URSS! A questão não está em saber tinha conhecimento do mail entre os jornalistas (até ficamos com a impressão de que Cavaco costuma conhecer as comunicações entre jornalistas amigos), nem saber se tem ou não dúvidas sobre o conteúdo do mail. O problema reside no facto de neste caso Cavaco parecer ter optado por não apurar os facto, não arrisca desmenti-los e ainda por cima lança mais insinuações para lançar poeira sobre os mesmos. Se Cavaco tem dúvidas sobe o conteúdo do mail não deve ficar pelo palpite ou pela insinuação, deve esclarecer cabalmente os portugueses sobre as razões dessas dúvidas. O mais importante desse mail não era a referência ao assessores de Sócrates, mas sim o que o assessor do Presidente terá dito ao jornalista sobre as escutas e, pior do que isso, de que estava mandatado pelo Presidente para informar o jornal. Sobre isto Cavaco nada diz, não explica o mais importante, opta por usar a falsa pista combinada entre o seu assessor e o jornalista do Público?

« 6. A primeira interrogação que fiz a mim próprio quando tive conhecimento da publicação do e-mail foi a seguinte: “porque é que é publicado agora, a uma semana do acto eleitoral, quando já passaram 17 meses”?
Liguei imediatamente a publicação do e-mail aos objectivos visados pelas declarações produzidas em meados de Agosto. E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas.»

Os assessores de Cavaco Silva podem ter os sentimentos que bem entenderem, mas, a crer no mail entre os jornalistas do Público que ninguém desmentiu, Fernando Lima não se terá limitado a ter sentimentos, aliás, por enquanto os sentimentos dos assessores de Belém não são notícia. O que foi notícia foi algo mais grave, que estava autorizado a divulgar as supostas suspeitas de Cavaco Silva.

« 7. Mas o e-mail publicado deixava a dúvida na opinião pública sobre se teria sido violada uma regra básica que vigora na Presidência da República: ninguém está autorizado a falar em nome do Presidente da República, a não ser os seus chefes da Casa Civil e da Casa Militar. E embora me tenha sido garantido que tal não aconteceu, eu não podia deixar que a dúvida permanecesse. Foi por isso, e só por isso, que procedi a alterações na minha Casa Civil.»

Se lhe foi garantido que ninguém usou o seu nome porque razão em vez de desmentir o jornal optou por estar em silêncio durante os tais 17 meses e no fim substituiu o assessor? Quer dizer, não se importou que durante tanto tempo houvessem dúvidas sobre o comportamento de José Sócrates, durante esse tempo Manuela Ferreira Leite pôs em causa a qualidade da democracia, mas quando o seu nome foi posto em causa não esperou 24 horas para tomar posição.
Enfim, Cavaco não é o garante do regular funcionamento das instituições, é o garante do seu nome e pouco mais.

« 8. A segunda interrogação que a publicação do referido e-mail me suscitou foi a seguinte: “será possível alguém do exterior entrar no meu computador e conhecer os meus e-mails? Estará a informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República suficientemente protegida?” Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades com responsabilidades na área da segurança. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades e pedi que se estudasse a forma de as reduzir.»

Se o mail em questão era do jornal Público e já se esclareceu que não houve violação do sistema informático o que têm as suas dúvidas sobe a vulnerabilidade do sistema informático com esta questão. Tanto quanto se sabe todos os sistemas informáticos são vulneráveis, nem os da NASA ou do Pentágono se têm escapado a invasões. Tanto quanto se sabe nunca veio a público um mail privado do Presidente, o que veio a público foram as conversas dos seus assessores com jornalistas.
O que Cavaco disse em plena campanha eleitoral é que as questões de segurança são importantes e ia fazer perguntas depois das legislativas. Afinal perguntou a especialistas em informática aquilo que qualquer criança que tenha o Magalhães já sabe! Lanço a crise com tais informações e agora inventa uma saída idiota para declarações que apenas visaram relançar as suspeitas criadas pelo seu assessor.

..

Watertuga, já tem 1 ano e meio?

Segundo o DN o Watertuga já tem ano e meio???

14 a 19 de Abril de 2008

Cavaco Silva desloca-se à Madeira no âmbito das comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal. O facto de o assessor jurídico de José Sócrates, Rui Paulo Figueiredo, ter seguido na comitiva causou desconforto à Presidência.

23 de Abril de 2008

Luciano Alvarez envia um 'e-mail' ao correspondente na Madeira, Tolentino da Nóbrega, a pedir-lhe que investigue a presença do assessor do primeiro-ministro, Rui Paulo de Figueiredo, na comitiva de Cavaco Silva quando este visitou a Madeira. Nesse 'e-mail', o editor de Política do 'Público' refere que se encontrou com o assessor de Cavaco Silva, Fernando Lima, a pedido do próprio Presidente que achava "que o gabinete do primeiro-ministro o anda a espiar".

5 de Maio de 2008

Tolentino Nóbrega responde a Luciano, depois "de contacto telefónico", que tudo "não passa de paranóia do PR & Lima". O jornalista refere uma série de contactos oficiais na Madeira e a visualização de documentos, concluindo que a presença Rui Paulo de Figueiredo estaria dentro das regras protocolares e com conhecimento da PR. Pelo que, considera, a história não tem pernas para andar.

18 de Agosto de 2009

O 'Público' faz manchete com o seguinte título: "Presidência suspeita de estar a ser vigiada pelo Governo". A peça, assinada pela jornalista São José Almeida, cita um membro da Casa Civil do Presidente da República: "Estarão os assessores da Presidência a ser vigiados?" A desconfiança terá surgido porque foram publicadas notícias a dar conta de que assessores do Presidente estavam a colaborar na elaboração do programa de Governo de Manuela Ferreira Leite. José Sócrates classifica a notícia como "disparates de Verão". Belém fica em silêncio.

19 de Agosto de 2009

O jornal faz, desta vez, referência a Rui Paulo de Figueiredo. Na peça, assinada por São José Almeida e Luciano Alvarez, diz-se que "o que criou mais desconforto na Casa Civil do Presidente foi o facto de o gabinete do primeiro-ministro ter incluído na comitiva presidencial um adjunto de José Sócrates, sem nenhuma explicação natural.

20 de Agosto de 2009

O socialista Francisco Assis desafia Cavaco Silva a calar os assessores que tenham levantado suspeitas sobre espionagem.

9 de Setembro de 2009

Num programa da SIC, Francisco Louçã acusou Fernando Lima de ser ele a fonte "anónima" da presidência que levantou as suspeitas sobre as alegadas escutas.

13 de Setembro de 2009

O provedor dos Leitores do 'Público', Joaquim Vieira, escreve sobre o assunto nas páginas do jornal. Num comentário crítico, refere que todas as informações recolhidas por Tolentino de Nóbrega na Madeira não foram incluídas nos artigos publicados em Agosto.

18 de Setembro de 2009

O DN revela que a "fonte anónima" que terá lançado a suspeição sob o Governo de andar a espiar o Presidente da República, foi o assessor e homem de confiança de Cavaco Silva, Fernando Lima. No mesmo dia, reagindo à notícia do DN, Cavaco Silva disse que "depois das eleições" não deixará de "tentar obter mais informações" sobre aquilo a que chamou "questões de segurança".

20 Setembro de 2009

O provedor do 'Público 'voltou a condenar as práticas jornalísticas 'no caso das alegadas escutas a Belém e a criticar duramente a direcção de José Manuel Fernandes.

21 de Setembro de 2009

O Presidente da República, Cavaco Silva afasta o seu assessor e braço-direito Fernando Lima.


..

Watertuga, ainda...

Palavras de Pacheco Pereira no seu blog que está inserido na blogosfera do piorio:

"COMO NESTAS COISAS HÁ SEMPRE MUITO RUÍDO, O QUE EU ESTOU A DIZER À COMUNICAÇÃO SOCIAL É RIGOROSAMENTE ISTO:

1) O que de fundamental o PR disse na sua mensagem é que dirigentes do PS tentaram por duas vezes colar o Presidente ao PSD, uma com uma notícia sobre a participação de assessores de Belém na elaboração do programa do PSD, outra com a publicação do email (cujo conteúdo considerou falso, o conteúdo não o email) no Diário de Notícias. Salientou que o objectivo dos dois casos foi idêntico na sua intenção hostil, associar o Presidente ao PSD. Há pois, agora, necessidade de o PS responder a estas graves acusações do PR;

2) Que vários factos ocorridos nos últimos tempos, e nomeou com clareza a divulgação do email do Público, lhe suscitaram preocupações com a segurança das suas comunicações. Feita uma verificação revelaram-se "vulnerabilidades". Na verdade, como eu próprio sempre disse, nunca o PR falou em "escutas", mas sim em "questões de segurança";

3) Por último e bem, o PSD vem numa declaração do seu secretário-geral lamentar que o PR não tivesse prestado este esclarecimento antes das eleições, porque isso poderia ser esclarecedor para os eleitores que viram a campanha eleitoral perturbada pelas "revelações" do Diário de Notícias. Isto representa substancialmente o que eu próprio disse quando se soube do afastamento do assessor de imprensa.

..

Watertuga, ainda...

AJJ sobre o Watertuga:

"Fiquei esclarecido que houve papéis em mãos de jornalistas que falavam de hipotéticas conspirações e que esses papéis, estando nas mãos de um ou vários jornalistas do Público, foram parar aos jornalistas do jornal rival, o Diário de Notícias, que, assim, prestou um serviço ao PS pelo que, agora, vamos ver qual é o prémio dos jornalistas que passaram os papéis ao jornal rival."

..

As palavras do mongo

E eu ontem ainda perdi o meu precioso tempo para ouvir mais umas balelas de um cavalheiro que por falar pouco é criticado mas que quando abre a boca era melhor falar calado.

Sobre a intervenção em si acho que só serviu para baralhar ainda mais o povo. Diz e desdiz, afirma e desafirma, enfim uma baralhada. Nem sequer ficou claro porque é que alterou (despediu sem despedir?), o seu acessor mas que ainda lá trabalha. Mas passemos adiante à questão que me interessava que tivesse sido respondida - as escutas, que ele afirmou nunca ter mencionado em alguma parte.

O que eu gostava mesmo de saber é qual a pessoa que no seu perfeito juízo perderia o seu tempo para espiar os emails do senhor em questão. Este senhor que é uma singela figura de enfeite e que a exemplo de outros, que também ocuparam a sua actual cadeira, só viaja, come e dorme às nossas custas que segredos tem que porventura interessem a alguém? Justifica-se a perda de tempo para saber ou ver o quê? Que forças ocultas quereriam desvendar os segredos do rei?

..

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A vacina

Ainda sobre os efeitos desta vacina podemos ler este interessante documento:

http://www.fluscam.com/Vaccine_Package_Inserts_files/Novartis_A-H1N1_2009_Monvalent_VaccinePackageInsert_BasedOn1980Approvalfor%20Fluvirin_UCM182242.pdf

..

A vacina dos porcos

«Vamos eleger as grávidas como principal grupo prioritário, porque foram identificados riscos maiores durante a gravidez e como tal têm que ser as primeiras a ser imunizadas», afirmou Francisco George no SOL.

Mas antes de serem vacinados/as as pessoas têm o direito a serem devidamente informadas sobre a vacina e os seus efeitos. Esta suposta vacina ainda não foi devidamente testada apresentando inúmeros problemas causando em alguns casos o sindroma de Guillain-barre.

Onde estão os avisos sobre os efeitos secundários?


Consultem:

http://www.prisonplanet.com/h1n1-swine-flu-vaccine-insert-admits-it-causes-guillain-barre-syndrome-vasculitis-paralysis-anaphylactic-shock-and-death.html

e depois decidam...

..

Qimonda

Foram aprovadas as medidas que prevêem a reconversão da Qimonda por 93% dos votos. Com estas mudanças só serão necessários 770 postos de trabalho pelo que 330 trabalhadores terão de sair.

Ainda não acabou.

..

Baptista-Bastos

"Há 30 anos que desfilam as mesmas caras, se ouvem as mesmas vozes, se lêem as mesmas frases com monótona aridez. O País é domado por um grupo sem prestígio mas com poder".

Baptista-Bastos, "Diário de Notícias", 29-04-2009

..

Emotional Rescue

Atenção que o Senhor dos Tabús vai falar hoje às 20:00 horas...

da última vez foi para dizer umas coisas que ninguém entendeu.

Vamos lá a ver desta o que é que...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Língua traiçoeira

Ouvi alguém que não conheço pessoalmente dizer esta coisa extraordinária:

"...Não é uma grande vitória para o PS mas é uma grande derrota para o PSD..."

A língua portuguesa é muito traiçoeira.

..

Vícios novos


..

O Watertuga

Uma vez escrevi aqui que o Senhor dos Tabús havia sido castigado muitos anos atrás quando afirmou que a "bolsa não era para toda a gente". Estas não foram as suas palavras exactas mas foi por aí. Gente poderosa não gostou da afirmação e puseram-no alguns anos de castigo. Depois deram-lhe um prémio e deixaram-no ser Presidente da República.

Com a polémica recentemente criada com o Watertuga - alguém andou a espiar outrém que por sua vez contou a sicrano que por sua vez gravou a conversa para beltrano. Conclusão: o Senhor dos Tabús sai muito fragilizado e a sua imagem de isenção foi pelo cano abaixo.

O cavalheiro deve por isso uma explicação a todos os portugueses. Depois de ter parado o país com o seu discurso sobre o Estatuto dos Azores para falar de tretas que 90% dos país não entendeu, deve-nos uma explicação. Quanto mais tarde falar pior mas o seu destino ficou manchado para sempre.

..

O separatismo

O famigerado separatismo cuja ponta do véu é levantada por AJJ cada vez que quer que falem nele...


A pedra de calhau

Quem esperou que em São Vicente na Ilha da Lenha o "levantamento popular de descontentamento" que se seguiu à demissão do presidente da câmara local influenciaria o resultado das eleições, enganou-se redondamente - pese embora estas eleições terem sido legislativas e não autárquicas para o povo é exactamente o mesmo: quem faz campanha para todas é o AJJ. Ele é a cara e o corpo do PSD e acredito que mesmo que se transferisse para o PCP ganhava na mesma.

Enquanto o AJJ estiver na frente do pelotão - de onde sairá um dia quando falecer - nada feito. Podem até colocar na câmara uma pedra de calhau como presidente.

Nada há a fazer. Existem coisas que são assim mesmo.

..

Jornalistas precisam-se

A agenda dos média em Portugal já está na ordem do dia condicionando a agenda do país. Aqui tenho de fazer um à parte e mencionar que com a Manela isto não funcionou e talvez isso lhe tivesse custado alguns votos. Mas isso é outro assunto...

O que quero dizer é que o TGV já está na baila novamente como se a recuperação deste país ingovernável dependesse prioritariamente de uma porcaria de um comboio que anda depressa. E é disto que é feito o dia-a-dia dos portugueses que ainda restam neste país.

Jornalistas precisam-se.

..

O poder dos media falhou?

Apesar da comunicação social portuguesa tentar fazer passar a menssagem de que só existem dois partidos - PS e PSD - e que o resto não existe o CDS apareceu e venceu - tem o melhor resultado de sempre. Na minha opinião isto deveu-se ao discurso da falta de segurança e da necessidade de mais policiamento porque das peixeiras e do pessoal dos mercados não foi de certeza. O BE também somou pontos. Isto em relação ao todo nacional, claro.

Olhando um pouco para o meu umbigo destaco a visita da Manela que andou pela Ilha da Lenha a dar tiros nos pés. Falou na asfixia democrática que se vive no contenente dizendo que na Ilha da Lenha se respira na plenitude de uma democracia perfeita. Afirmou ainda que o líder regional havia sido eleito pelo povo como se lá "na terra dela" o mesmo não tivesse acontecido com o Inginheiro. Aliás os defeitos que apontou de lá existem também cá.

Ficamos assim conversados.

..

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Asfixia Democrática? Onde?


..

Não se fala

Não se fala do emprego e principalmente da falta dele.
Não se fala da avaliação dos professores.
Não se fala da dívida externa que é enorme e aumenta todos os dias.
Não se fala no estado do ensino cada vez mais fácil e a trabalhar para as estatísticas.
Não se fala no Freeport
Não se fala na Manuela Moura Guedes
Não se fala nos contentores de Lisboa
Não se fala na casa Pia
Não se fala...
Não se fala...
Não se fala...

Então de que se fala???

..

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O fim?

Sejam quais forem as conclusões a que se chegue, a dúvida sobre o envolvimento ou não do Senhor dos Tabús no recente caso das escutas vai pairar sobre Belém durante muito, muito tempo.

A Loira do PSD já veio a público e curiosamente no seu blog manifestar-se sobre o caso e fazendo pressão sobre o Senhor dos Tabús. A blogosfera realmente é do pior que há segundo as suas sábias palavras.

A sua mentora espiritual pelo seu lado também já disse que este fait diver não vai alterar em nada a sua campanha. Desde já deixo aqui as minhas condolências aos três intervenientes - os dois que falam e ao outro que fala muito no Presidente da República.


..

Há coisas que não mudam

A principal cara do PND na Ilha da Lenha, o ex-deputado do relógio ao pescoço e da bandeira nazi na assembleia regional, continua a sua campanha pouco convencional. Após andar a passear um caixão laranja num carro fúnebre desta vez arranjou umas filmagens que mostram os filhos de alguns secretários regionais a saírem de carros oficiais que os vão pôr à escola. Recordo-me que após o 25 de Abril foi um dos assuntos que mereceram a atenção dos media e muitos dos que criticaram na altura fazem agora o mesmo.

Esta democracia tem coisas estranhas.

..

Falar e não dizer nada

Pois é isso mesmo. A falar e a falar é que a gente se entende não é?

“Há realmente possibilidades de haver investimentos na Qimonda, quer em centros tecnológicos, quer mesmo em actividades produtivas. Estamos a fazer um esforço para as concretizar, mas só quando forem concretizadas é que vale a pena falar delas”, disse o presidente da AICEP, Basílio Horta.


37 palavras que na realidade significam:

- Não tenho nada... (3 palavras).

..

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Não resisti

Não consegui mesmo...
Qualquer dia temos mais estrangeiros
que portugueses
no que deveria ser uma selecção nacional de... portugueses.
Será que o problema não é esse???

..

150 anos de prisão

O escândalo Madoff rebentou em Dezembro de 2008. A 11 de Dezembro, Bernard Madoff era detido e formalmente acusado de fraude financeira, um crime económico tipificado no direito penal federal norte-americano. A 12 de Março de 2009, declarava-se culpado de onze crimes federais, mesmo quando era já evidente que não havia nenhuma possibilidade de acordo entre o acusado e os procuradores federais. No dia 29 de Junho de 2009, foi condenado a 150 anos de prisão efectiva e sem direito a liberdade condicional. Madoff anunciou quase imediatamente que não haveria recurso da sentença.

A resolução do caso Madoff em seis meses, dada a sua complexidade e o volume financeiro da fraude, bem como a ausência de manobras processuais dilatórias da defesa e a aceitação da sentença sem recurso, contrastam inevitavelmente com os nossos casos mediáticos que se arrastam demoradamente pelos nossos tribunais.

Dada a reconhecida ineficiência e ineficácia do nosso modelo, a defesa faz-se na alegada superioridade moral e ética. O nosso direito penal é moderno, avançado, racional, favorável à reintegração do criminoso recuperado e à protecção das vítimas. Na verdade não o nosso direito, mas o direito alemão e o direito italiano, porque cá inventou-se muito pouco. O direito penal norte-americano é primitivo, obsoleto, irracional, retributivo - diz-se.

Pouco importa, no entanto, se o senhor Madoff é condenado a 20 ou a 150 anos de prisão. O que mais choca são os aspectos processuais. O caso Madoff em Portugal acabaria como acabam todos, embrulhado em manobras processuais, com recursos de tudo e nada, estratégias dilatórias, e finalmente vítima da prescrição.

O caso Madoff demonstra o ridículo que é termos processos que levam anos e anos, sem fim à vista, com regras processuais que permitem o abuso continuado, que inibem os magistrados judiciais de sentenciar em tempo oportuno, e não permitem aos magistrados do Ministério Público um gestão eficiente dos seus recursos cada vez mais limitados.

..

O pacote

Será que o pacote foi encomendado no caso do email e das supostas escutas ao Senhor dos Tabús? ..

O bom povo

As eleições estão à porta. Os políticos viciados de sempre, os agarrados, estão ao rubro vociferando palavras ocas que o povo bebe na maior parte das vezes sem sequer lhes tomar o significado. O mesmo bom povo que não vota e se queixa do modelo da democracia portuguesa. O mesmo bom povo que sofre na pele diariamente os erros e as mentiras dos mesmos. O mesmo bom povo que não aprende que a democracia depende unica e exclusivamente dele e do seu voto. Os que dizem "nesse não voto!" e depois ao chegarem à boca da urna exitam e acabam votando no mesmo...

Fala-se no exercício pleno da democracia, do voto e do poder do povo, e ao mesmo tempo evocam-se tempos de repressão e de polícia política. Questiona-se o valor da democracia dos outros porque a nossa está sempre bem. Esquece-se o passado e discute-se o TGV como se fosse o principal problema deste país pobre e ridículo de fraca educação e que esquece a sua cultura.

Enfim: estamos em eleições.

..

A volta do que nunca foi?

Já voltei e como diz o povo: mais vale tarde que nunca.

Existem muitas coisas escritas e muitas ainda por escrever, muitos apontamentos e muitas ideias mas, o mais provável, é que muitas delas vão parar ao meu arquivo (lixo). É que são tantos os assuntos, tantas as discussões que mais vale esquecer a maioria dos passados e dedicar, quem sabe, um pouco do meu tempo aos novos - assuntos, claro.

Hoje começaram as aulas na Ilha da Lenha e os meus 2 pequenos lá foram de mochila às costas para cumprir mais este ano lectivo.

..