domingo, 11 de janeiro de 2009

Telenovela SIC Fim-de-Ano - 7

Carla Freitas
Ignorância
Data: 11-01-2009

Antes de mais, um bom ano para si, meu caro Amigo Português Luís Gonçalves (autor da carta "contra os ilhéus fundamentalistas do dia 08/01/09). Venho reforçar-lhe a ideia que realmente você não é obrigado a ver o fogo do dia 31 na Madeira, até porque penso que você deve-se encontrar muito mais ocupado a recolher os vários sítios no continente onde existiram festas e houve também fogo-de-artifício. Caso a sua capacidade mental não seja suficiente, aconselho-o a pegar numa calculadora (não precisa ser científica) e somar os "pequenos" valores que foram gastos em cada sítio em que houve fogo-de-artifício e após a soma compare com o tão "desperdiçado" dinheiro no fogo-de-artifício na Madeira.

Relembro-lhe que após essa comparação deve pôr na balança que a Madeira é uma ilha que não vive simplesmente à custa do dinheiro que, como você diz, é proveniente dos contribuintes do continente, que na minha escassa cultura, acho que também são portugueses, ou não? Pagam, mas vivemos muito do turismo. E convém ver as receitas que a Madeira obteve a nível de ocupação hoteleira e restauração e demais negócios que o turismo movimenta, bem como os postos de trabalho de muitas famílias que ele "sustenta", e compare com o dinheiro investido no tão escandaloso fogo-de-artifício que o choca em demasia. Sim, porque caso a sua lavoura não esteja em dia, digo-lhe que esta é uma quadra em que muitos turistas nos visitam (até vêm daí, da sua territa, da qual parece que as ilhas não fazem parte), os quais fazem com que a nossa ocupação hoteleira seja suficiente ao ponto de se justificar o investimento no fogo-de-artifício, pois vêm cá pela nossa alegria, tratamento, acolhimento e maneira de recebermos o novo ano! Meu caro amigo Português: eu, como sua colega de Nacionalidade, referiu-lhe que para criticarmos algum ponto convém analisarmos tudo à sua volta. Sabe, é que não basta lermos e vermos determinadas notícias para que se fique esclarecido, mas já lá vai um ditado antigo em que diz "pior cego é aquele que não quer ver".

Convido-o a passar a próxima passagem de ano cá e analisar tudo o que se passa nesta época, os benefícios que o turismo nos traz. Caso não tenha possibilidades financeiras de cá vir (pois sei que não é fácil pagar a alimentação de tantas ilhas durante o ano todo), nós faremos uma vaquinha com o dinheirinho da mesada que vocês nos dão, para que lhe seja possível pagar a viagem. Após isso, se a sua consciência (se existir, claro) continuar a afirmar estes seus sarcásticos votos de um bom ano, aí então os aceitarei, mas até lá censurarei tal ignorância.

Fique bem e já agora não se esqueça de pagar o pão para o meu pequeno-almoço de amanhã!...

Carla Freitas

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