domingo, 1 de março de 2009

O estado de sítio

Cada vez mais olhamos para o nosso semelhante de maneira desconfiada, não vá ele ser um daqueles malfeitores que todos os dias aparecem nos telejornais. Ao passarmos pelas pessoas na rua apertamos bem as mãos das crianças com receio alguém e as leve. É o estado de sítio. A paranóia estúpida que nos impede de raciocinar e que nos vendem diariamente em doses maciças fazendo com que tenhamos medo de tudo. Portas trancadas e grades nas janelas. Isolamo-nos no nosso mundo agarrados à TV e ao computador. O passeio pela cidade ou pelo jardim foi substituído pelo msn e pelo irc e em troca perdemos o principal: o contacto e a socialização com os outros.

O medo cria desconfiança e desconfiamos cada vez mais de tudo. Receamos aquilo que não conhecemos e geramos mais medo ainda. Veja-se por exemplo a quantidade de armas de fogo que se vendem. Ter uma arma em casa dá-nos mais segurança? Penso que não. Torna-nos sim mais perigosos para nós e para aqueles que nos rodeiam.

No tempo dos nossos avós os jardins públicos eram usados aos fins de semana pelas famílias para piqueniques ou simplesmente para passar algum tempo com alguém de quem gostavam. Faziam jogos tradicionais ou simplesmente deitavam-se na relva olhando as nuvens passando no céu. Actualmente os jardins são conotados com droga, prostituição, roubos e à muito que deixaram de cumprir a sua importante tarefa social. Na relva onde antigamente corriam as crianças escondem-se seringas, preservativos ou lixo.

Vamos perdendo a nossa qualidade de vida. Isolamo-nos cada vez mais e isso não é a solução.

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