sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Criminosos distinguem-se pelo local do crime.

No Sol de hoje podemos ler:

Segundo um estudo psicológico feito por Ana Rodrigues, existem 3 tipos de criminosos:

  • OBSESSIVOS: preferem os bancos
  • IMPULSIVOS: preferem as gasolineiras
  • CONFIANTES: preferem as casas.

"Todos os criminosos são perigosos, porque nunca sabemos como vão reagir" - olha para ela. Mas que grande descoberta. Estudaste tantos anos Criminologia para mandares uma bombada destas. Até as mais inocentes donas de casa da merdaleja sabem isso e a maioria delas nem a 3ª classe tem. Mas ok, está explicado. São perigosos então.

"A situação de mais tensão é aquela em que eles entram na casa das pessoas, porque estão a entrar num território que não conhecem, estão dentro de quatro paredes e por isso é mais perigoso" - especialmente se o dono estiver em casa de caçadeira em punho é uma situação de grande stress para o ladrão. Se for entre quatro paredes ainda é pior para o patife. Se fossem só 3 paredes ainda vá que não vá - agora 4? Demolidor...

"Nestas situações é a dinâmica entre a personalidade do indivíduo que está a assaltar e o assaltado que vai determinar o desfecho do acontecimento" - e atrevo-me a dizer que desta maravilhosa diálise entre o gajo que é dono do bem que vai ser roubado e o gajo que o vai roubar poderá nascer uma relação muito boa para ambos e que vai determinar o tal "despacho do acontecimento". Claro. Explica-se assim muito dos muitos assaltos e das maravilhosas relações dinâmicas que afectam o assaltado, especialmente nas diligências que tem de fazer junto da PSP ou outros, para que o processo acabe arquivado. Mais vale abrir a porta do que deixar que a arrombem porque depois a fechadura pode não ter conserto e é caro comprar outra. O final do despacho do acontecimento é encontrar o ladrão na rua passadas umas horas - e não teve de aturar a bófia e a papelada que temos de preencher e assinar...

Sobre o ladrão «É preciso ter mais cuidado, porque é alguém que pode reagir de forma brusca e violenta» - também aqui concordo que nunca se deva usar a violência. Nem sequer reagir. Sejamos assaltados e roubados mas sem recorrer à violência. Violência nunca. Primeiro porque fica feio dar uns tabefes no gajo que nos rouba a carteira e pior - vai levar a que o indivíduo se queixe que fomos agressivos com ele. Violência? Nem pensar! Nem alarmes nem fogo nele sequer.

«Dos assaltantes, os que escolhem bancos são os que têm mais conhecimentos. Podem não ter grandes habilitações literárias, mas interessam-se e estudam. Claro que normalmente são conhecimentos na área do crime. São por isso mais ponderados» - Muito obrigado. Ficámos também esclarecidos que num país de ignorantes são os ladrões que apesar de não terem grandes habilitações literárias são os que mais estudam. Por onde andam os gajos que criticam o ensino? O empreendimento livre destes trabalhadores merece o reconhecimento de todos nós. Deveria ser aplicado o estatuto do trabalhador estudante. Cabe-me também informar que os que têm habilitações superiores estão ocupados em nos lixar a todos, ali para os lados do parlamento. Mas isso já são outro tipo de assaltantes que não estão contemplados neste estudo.

Ainda sobre os trabalhadores assaltantes de bancos temos que:

«têm personalidades bastante vincadas. Acham-se mais inteligentes, espertos e são mais audaciosos, narcísicos e ambiciosos. São detalhistas, dão muito valor ao pormenor para planear o crime para que corra bem e seja proveitoso» - falam do Banco de Portugal? Mas concordo com o proveitoso. Não vale ter esse trabalho todo e não ser proveitoso, não é? Depois ainda deixavam de estudar e vinham para a rua pedir esmola - o que era uma chatice. Depois lá vinham os outros com histórias de pobreza e tal. E ainda têm o trabalho de «é preciso elaborar um plano de fuga», pois claro. Não deve ser fácil assaltar os sacanas dos bancos e não poder fugir pela falta de um plano. Requer muito estudo e é preciso dar valôr a quem estuda.

Sobre o carjacking a explicação que afinal nos faltava. Afinal não é um roubo nem um assalto. É o carjacking. «tudo pode estar ao nosso alcance e por isso acabam por escolher o caminho mais fácil». Quando roubam um carro, o objectivo não é magoar ninguém mas sim conseguir um meio de mobilidade para conseguir fazer alguns assaltos. «Com um carro roubado conseguem fazer quatro assaltos numa manhã. E enquanto a Polícia está no primeiro assalto eles já estão no quarto», explicou Ana Rodrigues. Daqui se conclui que os gajos são rápidos como o caraças e que a bófia anda atrofiada. Esta também causa surpresa.

O que eu queria que me explicassem é que depois de saberem todos estes detalhes sobra a actuação da bandidagem e após tanto estudo porque é que isto ainda acontece:

«Os criminosos têm a ideia de que ou não são apanhados ou então são mandados para casa com penas suspensas ou com uma pulseira electrónica». Pulseira electrónica? Deve ser um relógio de pulso.

Mas o que interessa é que está tudo explicado. Ainda bem.Esclarecido, graças a Deus. Agora quando entrarem na minha casa para roubar o que é meu, ou quando me roubarem a carteira na rua ou mesmo quando me mamarem o carro já sei como classificar o gatuno trabalhador.

Aguardo também um dia destes o estudo sobre o gajo que fica sem os seus bens, e por vezes também leva uns estalos nas trombas, e que se tiver sorte não é assaltado nos próximos 3 meses.

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