terça-feira, 15 de julho de 2008

O futuro é uma coisa muito esquisita, não é? E a energia?

De vez em quando tenho uns sonhos disparatados. Perguntei uma vez a minha mãe se me tinha deixado cair de cabeça no chão quando era pequeno e respondeu-me que não. Mas tenho as minhas dúvidas. Ultimamente ando de cabeça quente. Talvez até seja da idade. Ouvi dizer que quanto mais velho é um gajo mais lhe aquecem os miolos. Refrigeração insuficiente, deve ser o termo científico. Tubagens entupidas. Acho que até já entrei na fase de derretimento.

Passemos então a coisas menos sérias. Não sabia que tínhamos tantos especialistas no nuclear, em centrais térmicas, em energias renováveis. Afinal eu estava errado. Pensava que do ponto de vista dos nossos umbigos lusitanos estávamos à espera de uma solução externa para nos resolverem os problemas. O Vítor mandou ontem mais uma sandes de lombo de pescada com espinhas e a malta já anda toda a fervilhar. Uns a favor outros contra. É a discussão democrática de sempre. Está montado o circo da desinformação mais uma vez.

Os que discutiam futebol e a selecção com o saber científico da Universidade da Esquina da Rua do Sabão passam agora a discutir energia. Maldito petróleo.

E nem imaginava que existissem tantos cientistas em Portugal. Ena, tanta gente a falar. E bem falantes. Ouço uns gajos debruçados, na questão claro, análises de investimento e custos. Uns que medem e avaliam. Outros são intangíveis e escondidos. Rios e arrefecimentos, caudais e estudos dos caudais e mais coisas que nem sei bem o que são.

Mas estou preocupado sim senhor. Com o rumo que este país tem tomado desde há 30 anos estou mesmo preocupado com estas batatas pensantes. As batatas são sempre muito assertivas. Depois é que são elas. E porque raios é que seria diferente desta vez? Temos mais barraca à porta meus senhores. Já temos resíduos nucleares mesmo antes de termos a central montada.

A discussão pública em Portugal faz-se após as decisões já estarem tomadas. E para que servem? Para nada como sempre a conclusão é inconclusiva, como convém dirão uns. Mas é sempre positivo. Mesmo quando se discute o sexo dos anjos é divertido.

Alguns gajos técnicos e engenheiros daqueles que compram diplomas e passam com negativas em matemática nas nossa universidades estão a discutir uma coisa que nem devem ter capacidade para construir - penso. Divertido ou não? Melhor que isto é um chá de coentros todas as manhãs.

E porque toda a gente fala eu também posso falar, não é? Por isso aqui vai mais uma batata: antes de sermos mais eficientes com o modo como desperdiçamos a energia que dispomos actualmente, empurramos o problema para a frente e já falamos em soluções bombásticas. O carrito que muitas vezes deveria ficar na porta das nossas casas quando vamos tomar café ao bar da esquina a 100 metros. Os transportes públicos dentro das cidades. A TV e a luz que o menino deixa ligada enquanto vai para a rua dar uns pontapés na bola. E outras coisas simples que poderiam ser feitas não resolviam a totalidade do problema, mas ajudar acho que ajudavam.

E agora?

Eu sou só mais uma nódoa na teoria empírica da toalha suja que é este pais europeu. Coitado de mim.

É verdade. Ouvi dizer que contrataram agorinha mesmo um tal Professor Queiroz. Será que ele sabe? Afinal é professor não é? Penso que deve saber...

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