terça-feira, 20 de abril de 2010

Em breve deixaremos de ser

Para nós portugueses o melhor e o pior sempre veio de fora. De fora vem a melhor música, os melhores filmes e até as melhores laranjas. E de fora vêm também as melhores e as sucessivas crises que têm ajudado os nossos governos ora a agravar impostos ora a justificar o aumento do custo de vida ou o afastamento social dos nossos irmãos europeus.

Foi assim desde a última crise financeira que teve início nos EUA e que justifica tudo desde o negativo crescimento da balança comercial portuguesa até ao desemprego galopante - o tal que os nossos governantes se gabavam de não ter atingido o País Falido. Depois foi o que se vê por aí.

Mas agora o que vem de fora são as razões da nossa falência técnica: os grandes bancos internacionais, agiotas e especuladores, os maus da fita, que não se compadecem das crises e das economias mais fracas. Estão a arrasar o que resta da nossa inexistente economia (já há 20 anos que está assim), culpa de outra coisa qualquer que veio de fora, agravando diariamente os juros da nossa (também deles), dívida.

O sumo que se tira de tudo isto é que em nada somos culpados por esta situação. Nem nós nem os políticos altruístas que merecemos ter e que tanto têm lutado pela nossa qualidade de vida europeia. Estão pois ilibados totalmente dos pecados que nos deixaram neste estado. Fazem os outros de fora agora à nossa (também deles), querida Nação o que se fartaram de fazer os "pequenos bancos nacionais" com o seu aval político e que se fartaram de explorar o com juros e outras alcavalas.

Temo que daqui a alguns anos deixemos de ser.

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