quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Arménio deve estar chateado

Apraz-me dizer que o Arménio foi ultrapassado em termos de visibilidade por meia dúzia de jovens enfurecidos que ontem mostraram todo o seu descontentamento político (ou não), ao atirarem pedras contra as forças da lei estacionadas nas escadas do parlamento. Nem sequer os telejornais mencionaram a manifestação da CGTP concentrando-se e limitando-se a repetir as imagens das bastonadas e respectiva carga policial.

A verdade, agrade a quem quiser, é o facto dessas imagens terem corrido todo o mundo civilizado enquanto as manifestações do Arménio não passam das fronteiras. E para consumo interno já estão gastas e velhas. As manifestações naquele modelo de marcha com cartazes e palavras de ordem já não resultam e com elas morreu o sindicalismo antigo da década de 70. O sindicalismo simplesmente manteve-se parado no tempo e no espaço e já não funciona tendo-se transformado numa espécie de "passeio pela baixa pombalina".

Concluindo, enquanto se manifestavam várias centenas de milhar de trabalhadores, reformados e afins o nosso primeiro e o resto da panóplia governativa estavam nos seus gabinetes em reuniões ou então em jantaradas e imaugurações de rotina. Veja-se a calma desta gente que não estava minimamente alarmada...

Entrevistados não comentavam pois "não tinham conhecimento", "não tinham visualizado as imagens" ou simplesmente "não comentavam".

Por tudo isto concluo que a visibilidade da violência ultrapassou de longe o protagonismo do Arménio.

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