Em 2007 os telejornais eram vermelhos de fogo. Quase que se sentia o calor dos incêndios na TV. Em cima de telhados, nos quintais e com mangueiras de jardim anónimos tentavam impedir que o fogo atingisse as suas habitações. Caras pretas intoxicadas de fumo e cansaço. Animais carbonizados. Era o pânico. Portugal Continental ardia de uma ponta à outra. A Onda do Fogo tinha começado.No entanto este ano não se repetiram as imagens porquê? Segundo as estatísticas até foi pior do que o ano passado. Muito pior:
Entre 1 de Janeiro e 15 de Julho de 2008 arderam 4.685 hectares entre povoamentos (1.325) e matos (3.360). Um aumento de 52 por cento face a igual período de 2007, quando arderam 2.213 hectares. Estes são dados provisórios da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) revelados na página da Internet da Autoridade Nacional de Protecção civil (ANPC).
Para além do aumento de 52 por cento de área ardida, os valores revelam que até 15 de Julho se registaram 4.981 ocorrências, 1.023 incêndios florestais e 3.958 fogachos. Mais 1.364 do que em igual período de 2007.
Portugal tem ardido o dobro de Espanha, apesar deste país enfrentar também uma situação de seca extrema e ser quatro vezes maior.
Mas alguém viu imagens disto? Se não apareceu na TV é que não é verdade.
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