Casa Pia, Operação Furacão, Portucale, Apito Dourado, Freeport - chegam mais rápidos que as novelas brasileiras mas são muito piores na ficção. Envolvem uma constante comum: gente poderosa com nomes sonantes e conhecidos.
Também o guião é mais ou menos o mesmo. Primeiro cria-se a espectativa de que a justiça funciona, de que ninguém - magistrados, investigadores, polícia, judiciária, jornalistas - teme os poderosos nem os seus poderes ocultos e que afinal somos todos iguais perante a lei. A Dura Lex.
O embuste continua com suspeitos que não são arguidos e arguidos que não são suspeitos. Linchamentos públicos na rádio, jornais e televisão - apontam-se nomes e lançam-se suspeitas. Criam-se debates televisivos à medida dos interesses em jogo e foruns na rádio onde todos, eu incluído, temos o direito de opinar sobre gente que nem conhecemos.
Enchem-se páginas de jornais e telejornais. As conversas de café animam-se à volta do assunto do momento.
Cedo o caso se transformará num imenso lodaçal sem fundo e sem fim à vista. Então surge mais um outro. Bombástico. O que tão rápido tinha surgido mais rápido ainda se esvaneceu.
E assim vamos passando o tempo...
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