Acima da lei portuguesa estão as claques de futebol.
O espectáculo obsceno e degradante teve o seu auge no último domingo no estádio do Allgarve onde se defrontaram o Benfica e o Porto numa final. Pelo que vi através da TV, indivíduos em cima de autocarros em andamento arremessando garrafas e outros objectos para outros indivíduos por quem iam passando, autocarros com os vidros partidos e mais indivíduos pendurados e com as pernas por fora e uma polícia impotente que se esforçava por (in)controlar aquela turba de selvagens acéfalos apreciadores dum desporto rei inquinado.
Dentro do estádio, construído com o dinheirinho dos nossos impostos, voavam petardos, verylights, cadeiras, garrafas, archotes com fogo e outros objectos que nem posso imaginar como passaram pela porta de entrada do estádio.
No final só ouvi uma pessoa falar seriamente no caso - Rui Santos - o comentador da SIC que afirmava a certa altura que um pai seria louco se fosse ao futebol com um filho naquelas condições. Mais acrescento que é preciso ser louco para ir sequer a um lugar daqueles onde supostamente se deveria jogar futebol.
Não vi nenhum político ou responsável do (des)governo falar sobre o assunto, os jornais falavam na vitória de um e a derrota do outro, e tudo está completamente (a)normal. Mas que merda é que afinal têm os clubes de futebol e principalmente os seus selvagens apoiantes que lhes dá tamanha força e impunidade? Estamos num país sem lei.
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