sexta-feira, 26 de março de 2010

Chovem almôndegas

Muita tinta tem corrido sobre o caso Face Oculta mas de verdadeira substância nicles. Indícios e mais indícios que como sempre só servem para desestabilizar, alarmar e pouco mais do que isso. O que salta logo à vista nestas manobras é que existem sectores políticos e não só, ligados à comunicação social e a outros interesses, que querem a todo o custo a cabeça do Inginheiro e do governo e não têm nenhum pudor em se agarrar a tudo o que os possa prejudicar. É o desespero do vale tudo.

Um dos principais motores de informação (ou desinformação), é o jornal Sol que cirurgicamente vem revelando pormenores sobre escutas, processos, indícios e sei lá mais o quê, que depois são considerados ilegais e como sempre não servem absolutamente para nada senão para desviar as atenções para o que lhes interessa.

E o pessoal vai lendo, vai comentando, vai estrebuchando enquanto o grosso da caravana passa nas suas costas. Tem sido sempre assim e já são as dezenas de supostos "casos" que deveriam ter acabado na barra dos tribunais e acabam na barra da rio…


E lá vamos nós cantando e rindo. Os que trabalham e tentam (sobre)viver nesta porcaria de país à beira mar plantado, de "caso" em "caso", vamos apontando o dedo aos ricos e poderosos, todos eles envolvidos em grandes tramoias e esquemas de milhões de contos. O povo gosta e aplaude a descoberta de mais uns que afinal até pareciam boas pessoas mas também "mamaram". E todos mamam mas nunca nenhum é condenado por mamar.

Mas já me estou a dispersar. O principal tema deste post é o artigo de hoje do Sol que nos diz que o Inginheiro e o Armando falavam por códigos.

Mas que lindo pretexto para fazer mais um artigo. E que grande descoberta. Até o Zé Pagode fala por códigos neste país quanto mais esses. É que daqui para a frente será cada vez mais em código e se algum investigador acha que essas personagens são tão burras ao ponto de revelarem pormenores sobre as suas supostas actuações ilícitas estão bem enganados. Se calhar estavam à espera que fornecessem um ao outro os números do BI e da segurança social. Mesmo assim desconfio que nada lhes aconteceria...

Quem vai à caça não faz este estardalhaço todo. Quem vai à caça não avisa a caça que será caçada. Quem vai à caça não diz que é caçador. Quem vai à caça desta maneira não caça nada.

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