quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Uma fixação ou uma mania?

Pior que uma mania é uma fixação - já dizia o outro.

O insebado não sabe ler - afinal?!

Reportando-me aos incidentes com o treinador do clube apoiado pelo regime que, recordemos, andou à bulha com seguranças e polícias ~- devidamente identificados por coletes - aliás como manda a lei.

O presidente do clube apoiado pelo regime sediado na capital do império saíu em defesa do Insebado afirmando que ele não sabia que os adversários da luta eram polícias, Isto pode ser interpretado de inúmeras maneiras mas que dentro das mesmas destaco o facto de estar agora explicado como é que o Insebado vê tantos penalties por marcar em cada jogo.

Outra das explicações lógicas é que o suposto treinador não sabe mesmo ler.

E é disto que se alimentam as massas (e não só), do meu país.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Inglês nas escolas

O ministério da educação confirmou que o Governo determinou que o ensino de inglês já não é obrigatório como actividade de enriquecimento curricular. A partir desde ano lectivo cabe a cada estabelecimento de ensino decidir se oferece ou não esta actividade extra curricular.

A obrigatoriedade do ensino de Inglês foi introduzida em 2005 durante o desgoverno do Inginheiro e foi uma das grandes bandeiras na área da educação.

O senhor ministro da educação deve andar mesmo com algum problema grave. Convenhamos então que na cabeça dos iluminados a disciplina de inglês não é assim tão importante no país onde os melhores manuais universitários, e não só, são escritos nessa língua. Num país que se pretende ser de turismo a língua inglesa também não é crucial - aqui os nativos podem falar por gestos com a estranja que é a mesma coisa?

Afinal anda tudo mesmo maluco.

A língua inglesa é muito mais importante do que o português, sr ministro.

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ameaças e empurrões

Já estamos na fase seguinte.

Na Ilha da Lenha vale tudo para se conseguir um voto. Ameaçar, pressionar e amedrontar ao máximo os velhos e os novos - aos velhos com a velha história dos cortes na reforma e aos novos com a hipotética falta de dinheiro para tudo.

A democracia a trabalhar em pleno na Ilha da Lenha.

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

An(n)a Montana

As pequenas criancinhas andam todas malucas por causa da Ana Montana.

Aqui há dias dizia uma para a outra: "Olha vamos ver a Ana Montana nua na Televisão?!"

Até que enfim.

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Bebé real

Alguém sabe do "bebé real"?

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O candidato geneticamente desenhado

Na Ilha da Lenha estamos anos luz à frente. Nem americanos nem nada nos chegam aos calcanhares.

Por exemplo no ramo da ciência temos um conhecido candidato que foi desenhado geneticamente para ocupar determinada "cadeira". Subserviente e atento ao grande chefe, como convém, senão é deposto no imediato, este candidato apraz-se a dançar, cantar e apanhar ramos queimados na serra - se for necessário. Perfeito para a tal mudança na continuidade.

O exercício até nem lhe faz mal.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O fruto da caganeira

Na Ilha da Lenha existe um fruto a que damos o nome de "uveira da serra".

2 anos atrás niguém queria saber disso não fosse o facto de vulgarmente a populaça dizer que dá caganeira se o comermos em demasia.

O facto é que sendo este fruto da família dos mirtilos e dado as características anti-oxidantes do mesmo - descobriram os iluminados que são donos das serras da Ilha da Lenha que poderiam ser feitas até excursões populares para a apanha do mesmo.

Foi declarado oficialmente o Desporto Nacional e Olímpico da Ilha da Lenha por este blogue.

Nota: Não tarda muito o pagamento de uma licença para a apanha do fruto da caganeira.

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Efervescências

Na Ilha da Lenha já se sente a efervescência duma mudança?

Aqui e ali notam-se nervosismos dos que sentem o seu poder por um fio e ao fim de tantos anos. Principalmente nos instituídos. A baralhar isto tudo ainda mais está o CDS cujo principal objectivo é atacar a mudança em vez do tal poder dos 40 anos. Estranhas opções?

Confesso que admiro o trabalho jornalístico desse senhor embora esteja no partido errado.

Porque será que os cidadãos não se podem juntar, livremente, sem uma máquina  partidária por detrás?

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Ser ministro

Ser ministro no governo do meu país significa trabalhar para contornar as decisões do Tribunal Constitucional de maneira a que seja imposto mais um corte ou mais uma taxa em cima dos mesmos.

Parece até que não há mais nada para fazer.

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Squetch



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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cobertura das eleições

A cobertura jornalística das eleições autárquicas está a provocar polémica. O jornal O PÚBLICO tomou uma posição: não tem a intenção de discriminar, mas não tratará por igual o que não é igual.

E como ficamos com a tal Lei? Será que a mesma não se aplica a TODA a comunicação social? A vendida e a comprada?

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O estado da coisa

E agora vai passando de pais para filhos, para enteados, amantes, amigos e quem sabe mais. O poder político tornou-se numa espécie de 'cosa nostra' onde o que contam não são as capacidades dos iluminados mas sim os laços familiares.

Desde o 25 de Abril de 74 que se alimentam estas ligações a todos os níveis.

Já é coisa de pedra e cal. Seria necessário muita vontade política para acabar o que já não tem fim.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Notícias ao contrário

O Governo calcula em torno dos 700 milhões de euros a poupança que a Caixa Geral de Aposentações (CGA) conseguirá com a convergência do sistemas de pensões público com o regime geral da Segurança Social, cujo diploma foi discutido esta manhã com os sindicatos.
Mas afinal o dinheiro não foi dos descontos dos pensionistas? E a CGD está a "poupar" o dinheiro dos outros, pois. Assim já se entende a notícia.

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Portagens

O nosso governo após ter sido criticado em Bruxelas por causa das portagens vai implementar um novo modelo nas mesmas. Isto de maneira a contornar a lei que Bruxelas chumbou, claro está, mas sempre na mira de esmifrar mais uns cobres aos de sempre.

O que deveria ser em primeiro lugar uma pessoa de bem, que defendesse os seu povo, tornou-se numa máquina de cobrar impostos por dá aqui essa palha. Só não compreendo comoé que com tanto imposto e tanto dinheiro cobrado às pessoas, este país se encontra na triste situação actual.

Pagamos cada vez mais e cada vez mais temos menos direitos.

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Sondagens... das tais...

Ainda sobre as eleições que não vão ser transmitidas pela SIC, TVI ou RTP acho engraçado que publiquem "as tais sondagens" da treta já para ir preparando o pessoal para a vitória dos de sempre.

Desmobilização, como sempre. Rua com os debates esclarecedores porque a coisa agora vai fazer-se através das sondagens encomendadas...

É para rir, claro.

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Indefinição dos tempos

Pela primeira vez os canais TVI, SIC e RTP não vão fazer a cobertura das campanhas para as eleições autárquicas.

Serão mais uns dias plenos de AXN, Canal Hollywood, MGM, National Geographic, etc... todos menos o Lixo Eleitoral!

Depois de terem decidido não realizar debates em antena, as três televisões de sinal aberto e respetivos canais de informação não vão dar qualquer notícia sobre ações de campanha dos candidatos às câmaras municipais e assembleias de freguesia.

Em causa está aquilo que os canais consideram ser uma «interpretação restritiva da lei eleitoral autárquica». A lei exige que todas as candidaturas, independentemente da dimensão ou influência, tenham igual tratamento por parte dos órgãos de comunicação social e as televisões argumentam não ter meios para fazer cumprir a orientação da Comissão Nacional de Eleições.


Será que vai ser bom para a Democracia a falta de informação política? Não vai haver eternização do poder pelos mesmos de sempre? Aumento da abstenção?

Vivem-se tempos esquisitos.

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Música nas escolas brasileiras

A título de nota:

Enquanto no Brasil a música passa a aser obrigatória nas escolas em Portugal... nada.

Porra de país da merda este.

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Juntar palavras não é falar nem escrever português!

A nossa supreendente comunicação social.

Duas bombas:

1º Na TVI hoje de manhã foi apresentado um homem negro, de Angola, que está normalmente na Rua Augusta, a bater nuns tachos e a cantar - uma tarola, um bombo tipo rancho folclórico, um boneco de borracha que quando apertado solta um silvo e um lavatório em aço inox. Após viaualização e audição de tão estranha personagem batucadora eis que, em rodapé, aparace o nome do artista seguido da "categoria profissional" de percursionista.

E eu a pensar com os meus botões nos meus colegas de Conservatório de Música que andam 4 anos (ou mais...) a aprender percurssão, teoria musical e mais nem sei o quê, e que é atribuído a este artista de rua, ou lá o que seja na realidade, esta suposta categoria profissional de uma assentada só.


2º Tenho um amigo que recebe uns SMS's com notícias relevantes no seu telemóvel. Hoje umacujo título é "Já arderam 7 cidades de Lisboa". Mas que raio de título é esse? Que quer dizer? Cidade de Lisboa só existe uma não é? Será que já ardeu área florestal 7 vezes a área da capital do império?

Juntar palavras não é falar nem escrever português!

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

On the way to Siria


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Ataque aprovado

O 'caixotre que ia mudar o mundo' afinal nem é assim tão diferente dos seus predecessores. Hoje, com mágoa pelas mortes de inocentes que vão acontecer, mais uma vez, o baluarte da grande democracia mundial decidiu atacar a Síria.

Resta-me somente a esperança leve de que todas as demarches de diálogo possíveis e impossíveis, foram tentadas.

E a Europa?

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O tal fax e o aeroporto de Maceu

Para que a história não se esqueça:


É BOM NÃO ESQUECER - AEROPORTO DE MACAU E SUA POLÉMICA


Para a construção deste aeroporto, foi dinamitada a montanha da Ponte da Cabrita, o que, na minha humilde opinião foi um crime ecológico que se cometeu.

O Engenheiro Carlos Melancia ex-Governado de Macau, que conheci pessoalmente, serviu de Body espiratório no caso do Aeroporto Internacional de Macau.


Ah ... e já agora, gostava de o ouvir falar da VERGONHA do Aeroporto de Macau, dos seus amigos Carlos Melancia de Rui Mateus


Vou recuperar uma série de artigos a que Joaquim Vieira chamou “O Polvo” na Grande Reportagem distribuída semanalmente em forma de suplemento com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias onde cita passagens do livro “Contos Proibidos – Memorias de um PS desconhecido” escrito por Rui Mateus, membro do PS

(03 de Setembro de 2005, G.R. Nº 243)
“...Em síntese, que diz Mateus? “... após ganhar as primeiras presidenciais, 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar fundos financeiros remanescentes da campanha.”
”Um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares. Não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles...” Que..., Soares convocou alguns magnatas internacionais - Rupert Murdoch, Sílvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho - para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.”

O Polvo (10 de Setembro de 2005, na G.R. nº 244)
”A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente foi sediada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, Carlos Melancia e o próprio filho, João. A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais..., as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém.”
”Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos média: daí o convite inicial para S.Berlusconi...”
“Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento. Soares tentou então a sorte com R. Murdoch...”
“Interpôs-se porém outro magnata, R. Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais. Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu "mensalão".
”Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal...”
“...Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares.”

O Polvo (17 de Setembro de 2005, na G.R. Nº 245)
”A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava "com muitas dezenas de milhares de contos "oferecidos" por (Robert) Maxwell (...), consideráveis valores oriundos do "ex-MASP" e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos." Ao nomear governador de Macau um homem da Eumadio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados. Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como "um dos grandes vigaristas internacionais", recua.”
”O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa. O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado. Mas antes resiste, recusando devolver as acções e esperando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio do fax a Melancia exigindo a devolução da verba.” ”O Governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala. Então Mateus dá o documento a 'O Independente”, daqui nascendo o "escândalo do fax de Macau". Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores. Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de "dádiva pública") não se destinou de facto a Melancia mas "à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse". Quem afinal devia ser réu?”

O Polvo, (24 de Setembro de 2005 na G.R. Nº 246)
”Ao investigar o caso de corrupção na base do "fax de Macau", o Ministério Público entreviu a dimensão da rede dos negócios então dirigidos pelo Presidente Soares desde Belém. A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, Procurador-geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares.”
”Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então Procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse passo era abrir a Caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos...”
”Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o Governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros.”
”Entretanto, já R. Maxwel abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente. Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista...”
”Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma "presidência aberta" que este efectua na Guarda. “... o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau... onde estavam "previstos lucros de milhões de contos.”
”Com estas operações, o Presidente fortalecia uma nova instituição: a Fundação Mário Soares. Inverosímil? Nada foi desmentido pelos envolvidos, nem nunca será.”


O Polvo, (01 de Outubro de2005 na G.R. Nº 247)
”As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos, tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos. Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um Chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela "traição" a Soares...”
”Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio...”, “...comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível. Quando o livro saiu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus - todos recusaram.”
”Com a questão esquecida, Soares terminou em glória uma histórica carreira política, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas. O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwell. Na cerimónia do Altis, viram-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ílidio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell.” Dos notáveis próximos da candidatura do "pai da pátria", há também homens da administração de Macau sob a tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com os dinheiros de Stanley Ho.”
”Outros ex-"macaenses" influentes são o ministro da Justiça Alberto Costa..., ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, que o Governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.”
Grande Reportagem

nota: Joaquim Vieira, director da 'Grande Reportagem', detida pelo grupo Controlinveste, foi despedido. O jornalista foi, igualmente, informado de que a revista iria ser fechada.
Publicado por Francisco a 28 de Março de 2008.

(Artigo extraído da Grande reportagem)
Muito Curioso

novembro 25, 2005

Sobre Mário Soares - Fundação Mário Sores - Macau - Emáudio - "GRANDE POLVO"
A anatomia de um silêncio .


”Em Portugal não se investiga, insinua-se; em Portugal nunca há factos apenas suspeitas; também nunca há inocentes, apenas quem não foi declarado culpado.”


Este artigo será longo, mais longo do que o desejável num blog, mas em minha opinião merece uma leitura atenta.


Para o elaborar vou mencionar excertos de artigos de Joaquim Vieira que foram publicados na revista Grande Reportagem, distribuída semanalmente em forma de suplemento com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias.


Joaquim Vieira é um conhecido e conceituado jornalista tendo chegado a ser número dois na hierarquia do jornal Expresso. Nesta sua série de artigos, J. Vieira cita passagens do livro “Contos Proibidos – Memorias de um PS desconhecido” escrito por Rui Mateus, membro do P. S. A essa série de artigos, chamou “O Polvo”.


1ª Parte (Pub. 03 de Setembro de 2005, G.R. Nº 243)


“Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue a candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: surge após a edição de Contos Proibidos - Memórias de um PS desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus.”


”O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares...” Em síntese, que diz Mateus? “... após ganhar as primeiras presidenciais, 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar fundos financeiros remanescentes da campanha.”


”Um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares. Não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles...” Que..., Soares convocou alguns magnatas internacionais - Rupert Murdoch, Sílvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho - para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.”


”Note-se que o "Presidente de todos os portugueses" não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo...”


Parte 2 (Pub. 10 de Setembro de 2005, na G.R. nº 244)


”A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, Carlos Melancia e o próprio filho, João. A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais..., as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém.”


”Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos média: daí o convite inicial para S. Berlusconi...”


“Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento. Soares tentou então a sorte com R. Murdoch...”


“Interpôs-se porém outro magnata, R. Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais. Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu "mensalão".”


”Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal...”


“...Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares.”


Parte 3 (Pub. 17 de Setembro de 2005, na G.R. Nº 245)


”A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava "com muitas dezenas de milhares de contos "oferecidos" por (Robert) Maxwell (...), consideráveis valores oriundos do "ex-MASP" e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos." Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados. Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como "um dos grandes vigaristas internacionais", recua.”


”O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa. O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado. Mas antes resiste, recusando devolver as acções e esperando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio do fax a Melancia exigindo a devolução da verba.”


”O Governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala. Então Mateus dá o documento a 'O Independente”, daqui nascendo o "escândalo do fax de Macau". Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores. Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de "dádiva pública") não se destinou de facto a Melancia mas "à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse". Quem afinal devia ser réu?”


O Polvo, Parte 4 (Pub. 24 de Setembro de 2005 na G.R. Nº 246)


”Ao investigar o caso de corrupção na base do "fax de Macau", o Ministério Público entreviu a dimensão da rede dos negócios então dirigidos pelo Presidente Soares desde Belém. A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, Procurador-geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares.”


”Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então Procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse passo era abrir a Caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos...”


”Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o Governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros.”


”Entretanto, já R. Maxwel abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente. Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista...”


”Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma "presidência aberta" que este efectua na Guarda. “... o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau... onde estavam "previstos lucros de milhões de contos.”


”Com estas operações, o Presidente fortalecia uma nova instituição: a Fundação Mário Soares. Inverosímil? Nada foi desmentido pelos envolvidos, nem nunca será.”


O Polvo, Parte 5, (Pub. 01 de Outubro de2005 na G.R. Nº 247)


”As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos, tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos. Em vez de investigar práticas porventura ílicitas de um Chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela "traição" a Soares...”


”Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio...”, “...comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível. Quando o livro saiu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus - todos recusaram.”


”Com a questão esquecida, Soares terminou em glória uma histórica carreira política, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas. O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwell. Na cerimónia do Altis, viram-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ílidio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell.” Dos notáveis próximos da candidatura do "pai da pátria", há também homens da administração de Macau sob a tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com os dinheiros de Stanley Ho.”


”Outros ex-"macaenses" influentes são o ministro da Justiça Alberto Costa..., ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, que o Governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.”


“Será o Polvo apenas uma teoria de conspiração?”


”E depois, Macau, sempre Macau...”


In Grande Reportagem


Joaquim Vieira, director da 'Grande Reportagem', detida pelo grupo Controlinveste, foi despedido. O jornalista foi, igualmente, informado de que a revista será fechada até Dezembro. As razões de tais medidas são desconhecidas.


Após ler e seleccionar algumas partes dos artigos de Joaquim Vieira, veio-me à memória um caso com algumas semelhanças e no qual fui interveniente, se bem que indirectamente. No final dos anos 70 e início dos 80, colaborava num suplemento musical (Som 80) que era publicado semanalmente no jornal “Portugal Hoje”. Esse jornal era propriedade de uma empresa ligada ao Partido Socialista, da qual já não me recordo do nome. Não vendia muito, mas convinha ao PS ter o jornal. A certa altura houve na secção politica, alguém que teve a “infelicidade” de fazer um artigo com algumas verdades sobre o partido, que não eram muito abonatórias. Coincidência ou não, o jornal foi encerrado passado uma semana. Não deixa de existir uma certa semelhança entre o final da Grande Reportagem e do Portugal Hoje.


Mário Soares e os seus amigos no seu melhor.


Não olham a meios para atingir fins, nem que para isso se sirvam do País quando a sua obrigação é servir o Pais. É pena que os Portugueses não saibam, ou não queiram ver isto.


Lembra-me um ditado chinês: "Pior cego não é o que não vê, é aquele que não quer ver"

Posted by kinebe at novembro 25, 2005 09:10 AM
Comments
Quem nao quiser ser "cego" (ver ditado Chines no final) que tenha a paciencia de ler isto, apesar de já ser conhecido por muitos! Quem nao quiser perder tempo a ler estas coisas que já sao conhecidas de muitos que procuram alguma verdade nesta confusao actual e passada destes "senhores", entao vote Soares! Acho que está mais que na altura de mostrar a estes "senhores" que nao nos podem roubar TODA a vida!!! 1 MILHAO de Km percorridos como o chefe de estado mais viajado do mundo... Só acho incrível ainda, que o Soares ainda consiga atingir a grandessíssima percentagem de 17% de intencoes de voto... E acho ainda mais incrível como esse "senhor" vem à TV com aquela cara de santíssima eminencia, com uma LATA nas coisas que diz, que só visto... Quem viesse de Marte e nao o conhecesse, pensaria que ele é o homem mais "MAIS" em Portugal! Mas de certeza que há um ditado popular qualquer que diz que a melhor defesa dum criminoso é o ataque àqueles que o desmascaram todos os dias, hahahahahah O povo portugues ainda nao atingiu a atitude certa perante um país em CACOS! (para nao dizer em CACA)... quando se está perante MERDA, LIMPA-SE E PUXA-SE O AUTOCLISMO!!! O país agradece... :-))) A Irlanda já o fez e o prémio foi ultrapassar-nos como se nós estivessemos PARADOS... Tendo os portgueses uma história de "nós é ques sabemos!" e muitos dizerem que "os Irlandeses sao terroristas e loucos", pergunto-me onde estao todos esses portugueses hoje... uns caladinhos que nem RATOS, outros com LATA infinita... tenho imensa pena que Portugal e os portugueses funcione "ao contrário"...

Pedro Kulzer Posted by: Pedro Kulzer at novembro 25, 2005 09:57 AM

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O Aeroporto Internacional de Macau foi inaugurado em Novembro de 1995.
 
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Ainda sobre o aeroporto de Macau

E devo acrescentar: O tal Fax...

Teria sido uma luva cara: 250 mil euros. Em 1989, a empresa alemã Weidleplan exige num fax que o governador de Macau, Carlos Melancia, devolva 50 mil contos (250 mil euros). Quando a mensagem é divulgada, nasce o escândalo "Fax de Macau", que termina em 2002. Com reticências.

Em Março de 1988, o representante da Weidleplan em Portugal, António Strecht Monteiro, contacta o socialista Rui Mateus e propõe-lhe um negócio. Mateus é o homem forte da Emaudio, uma empresa constituída após a eleição de Mário Soares como Presidente da República e com objectivos na área da comunicação social. Segundo o próprio Mateus escreve no livro "Contos Proibidos - Memórias de um PS Desconhecido", a Emaudio conta "com muitas dezenas de milhares de contos ?oferecidos? por Maxwell [Robert Maxwell, magnata da comunicação social] e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos". Os alemães pretendem ficar como consultores do novo aeroporto internacional da região, mas não conhecem o governador Melancia, ao contrário de Rui Mateus, que até é seu colega na Emaudio. Mateus fala com os outros sócios (Menano do Amaral e Tito de Morais) e aceita fazer a apresentação entre Melancia e a Weidleplan. É assim que Strecht Monteiro e um empresário alemão, Peter Beier, acabam a conversar com Carlos Melancia na Missão de Macau, em Lisboa. Depois de se despedirem do governador, o grupo festeja no sofisticado restaurante Gambrinus.

No início de 1989, a empresa de consultadoria concorre para ganhar o contrato na construção do aeroporto. Nas semanas seguintes, Beier e Strecht Monteiro vão a Macau e conversam com o secretário-adjunto para os grandes empreendimentos, Luís Vasconcelos. "É verdade que os senhores Peter Beier e António Strecht Monteiro, representando a empresa alemã Weidleplan Consulting, estiveram por mais de uma vez em Macau, preparando a entrada daquela empresa no concurso", confirmou Vasconcelos em 1989. Os alemães estão satisfeitos e decidem transferir 606 mil marcos para a conta de Strecht Monteiro, para que ele os entregue à Emaudio.

Ao longo do mês, a Weidlplan percebe que a vitória no concurso lhe está a escapar. Começa a exigir a Strecht Monteiro que pressione os amigos portugueses, mas eles, entretanto, zangaram-se com Melancia e já não exercem qualquer influência sobre o governador. A 12 de Maio, a Weidleplan é desclassificada do concurso e decide reaver o dinheiro. Envia o fax sem obter qualquer resposta. Embora Mário Soares sempre o tenha desmentido, Rui Mateus escreve: "[Almeida Santos] disse-me que Strecht Monteiro lhe tinha entregado uma cópia em mão e que dela dera imediatamente conta ao Mário."

Nessa altura, como admite em "Contos Proibidos", Mateus estava descontente com a situação na Emaudio e, "em Fevereiro de 1990, num acto desesperado," passa o fax ao jornal "O Independente", que o publica a 16 de Fevereiro. A partir deste momento, começam as dúvidas. As autoridades alemãs conseguiram provar que o fax foi enviado da sede da Weidleplan, mas nunca se descobriu o seu autor. A 16 de Maio, a Polícia Judiciária entrou na sede da Emaudio, surpreendeu Rui Mateus com um mandado de busca e encontrou provas do pagamento feito pela Weidleplan - por isso nunca se percebeu porque é que o montante foi exigido a Carlos Melancia. Em 1993, Melancia foi absolvido da acusação de corrupção activa, Mateus e os colegas da Emaudio foram condenados. A absolvição é confirmada nove anos depois, pelo Supremo Tribunal de Justiça, mas Carlos Melancia demitiu-se em 1989 e nunca mais ocupou um cargo público. Dedicou-se ao negócio hoteleiro e tem hoje 82 anos.

Anos antes, durante o julgamento, e depois de prestar declarações na Procuradoria-Geral da República, Strecht Monteiro foi agredido à porta de casa. Depois, a residência foi assaltada e desapareceram documentos relacionados com o processo. Nunca foram encontrados.

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Ainda... o aeroporto de Macau

E o tal Fax de 50.000 contos (250.000 Euros)

O processo que levou o ex-governador de Macau Carlos Melancia a julgamento, acusado de corrupção passiva, crime do qual foi absolvido em primeira instância, está hoje na mesma situação em que se encontrava há precisamente cinco anos atrás, disse ao PÚBLICO fonte do Tribunal Constitucional. Pelo "andar da carruagem", este processo corre o risco de prescrever, admite o advogado José Manuel Galvão Teles, defensor de Melancia.
Desde o seu julgamento no Tribunal da Boa-Hora, no Verão de 1993, que resultou na sua absolvição, o processo ainda não terminou. Uma "guerra" de recursos entre o ex-governador de Macau e o Ministério Público e desentendimentos entre dois tribunais superiores (o Supremo e o Constitucional) parecem adiar "sine die" o desfecho do caso que, se não for decidido nos tempos mais próximos, poderá mesmo prescrever. Um cenário que desagrada claramente a José Manuel Galvão Teles que afirma, impaciente: "Não quero prescrição nenhuma". Esta não deverá ser a solução do processo, no seu entender, já que o seu constituinte "não cometeu nenhum crime, foi absolvido em primeira instância e essa decisão foi mantida pelo Supremo Tribunal de Justiça", defende.
Galvão Teles atribui o lento desenrolar deste processo à "insistência do Ministério Público" que, "naturalmente, não gosta de perder". Embora "possa ter argumentos formais, não os tem de fundo", afirma o advogado, considerando que, ao manter a sua atitude, o Ministério Público "está a querer a prescrição".
O código penal estabelece uma pena de um a oito anos de prisão para o crime de corrupção passiva por acto ilícito e estipula, no seu artigo 118, que este prescreve ao fim de dez anos, prazo este que pode ser alargado a mais cinco anos. Tendo em conta que a data dos factos de que Carlos Melancia foi acusado remete para Abril de 1988, o processo poderá prescrever em 2003, ou seja, para o ano.

"Pingue-pongue" entre tribunais

Só agora é que o Tribunal Constitucional está a apreciar o primeiro recurso interposto por Carlos Melancia, na segunda metade de 1996, do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que deu razão ao Ministério Público, mandando repetir o julgamento realizado em 1993.
O que se passou é que a sentença que absolveu Melancia se fundamentou em documentos que foram apresentados pelo seu advogado durante a audiência do julgamento, facto considerado ilegal pelo Ministério Público, que, por isso, resolveu recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça. Este recurso foi apreciado pelo então procurador-geral adjunto daquele tribunal superior, Rodrigues Maximiano, que defendeu a anulação do julgamento.
O Supremo Tribunal de Justiça deu razão ao Ministério Público, mandando repetir o julgamento, decisão da qual Melancia discordou, resolvendo recorrer para outro tribunal superior, o Tribunal Constitucional. Apresentou então os seus argumentos: não fora ouvido após a apreciação do Ministério Público, o que lhe tirou a oportunidade de se pronunciar (ou seja, de exercer o princípio do contraditório). Na sua perspectiva, fora também violado o princípio da verdade material que preside ao processo penal, ao ser-lhe restringida a junção de documentos durante o julgamento.
Começam então os desentendimentos entre os dois tribunais superiores. O Supremo decide não admitir estes recursos para o Constitucional e Carlos Melancia reclama para o Constitucional desta recusa. Depois de apreciar o caso, este tribunal dá provimento à reclamação do ex-governador de Macau, mandando subir o processo para julgamento.
Contudo, o juiz-relator do processo no Supremo, o conselheiro Fisher Sá Nogueira, resolve não mandar o processo para o Constitucional e, em vez disso, faz um despacho mandando anular todo o processo posterior ao parecer de Rodrigues Maximiano. Manda, por outro lado, citar o advogado de Melancia para apresentar resposta à posição defendida por aquele procurador, como se o Tribunal Constitucional já tivesse decidido favoravelmente os recursos, o que não acontecera. O Constitucional apenas admitira as reclamações que mandavam subir o processo.
Este despacho de Sá Nogueira volta a dar origem a dois novos recursos para o Tribunal Constitucional: um do Ministério Público e outro de Carlos Melancia, apontando inconstitucionalidades no que respeita ao sistema de recursos.
O Tribunal Constitucional volta a mandar o processo subir para julgamento e o juiz-relator recusa, de novo, enviá-lo. Em vez disso, decide apresentar um projecto de acórdão no Supremo para confirmar a sentença de absolvição da Boa Hora, o que é aprovado. Discordando, o Ministério Público recorre para o Constitucional (tendo em conta que este tribunal ainda não apreciara os recursos anteriores), o que foi aceite por este tribunal, de forma a que o processo subisse para o julgamento dos recursos. Na sequência desta decisão, o Supremo remeteu, finalmente, o processo ao Tribunal Constitucional, que está actualmente a julgar os recursos interpostos em 1996.

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O Farsolas em Bruxelas

Sem dúvida que sou muito mais feliz por não ver telejornais de manhã.

Hoje por um acaso do destino acendi a tv e quem apareceu? O Farsolas dos submarinos que está em Bruxels, juntamente com aquela Maria que ficou com o lugar do Gaspar. Já nos etão a encomendar novamente e pelo ar do gajo, sempre imponente e importante, a coisa vai ser séria outra vez.

To do business with Bruxelas fucking the same.

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

As portagens das Scuts são ilegais?

E esta?

A cobrança de portagens nas antigas SCUT é ilegal, considera a Comissão Europeia que ameaça Portugal com um processo no Tribunal Europeu de Justiça caso a situação não seja reposta. A Comissão reage assim à queixa apresentada, em novembro de 2010, pela Câmara Municipal de Aveiro que defende que a introdução de portagens nas ex-SCUTS é « uma injustificada violação do princípio da livre circulação de pessoas e uma flagrante violação do princípio da não discriminação em razão da nacionalidade ». Perante os factos, a Comissão Europeia deu provimento à queixa da autarquia contra o Estado português, acerca da introdução do sistema de cobrança de portagens nas antigas autoestradas « Sem Custo para os Utilizadores », que atravessam o concelho de Aveiro - A17, A25 e A29.
 
Com tantas ilegalidades neste belo país só gostaria de saber a real e verdadeira opinião dos senhores estrangeiros que nos governam sobre a qualidade dos governantes escolhidos pelo povo.
 
Real e verdadeira, pois.
 
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Claro que é LIKE.

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Democracia dum povo superior

À pouco contava-me um amigo cujo amigo lhe contara que um outro amigo comum presente numa inauguração recente se encontrava no exercício da conversação com outros convidados. Não sei precisar se eram dez ou oito mas também não interessa para o caso...

O facto prende-se somente que, por via da chegada do Rei, subitamente, viu-se desprovido de companhia, como se dum milagre da dispersão.

Este amigo do amigo e que é amigo comum integra uma das listas que concorre à Câmara da capital da Ilha da Lenha. Está como independente, mas na lista errada, claro.

Aqui faço a ressalva de que todos esses convidados, que não fazem parte do comum povo mas sim duma casta superior, são todos munidos de diplomas que atestam a sua superior qualificação universitária - com isto não quero dizer que alguns não sejam (muito) ignorantes em certas matérias de onde se destacam as da cidadania livre e do livre exercício da Democracia - e que perante a presença da tão douta e excelentíssima personagem, amocham vergonhosamente.

Que mais se há-de dizer?

Mais uma atestar a qualidade da liberdade na Ilha da Lenha.

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Adopção por casais homosexuais

Não sou contra nem sou a favor. E passo a explicar que nunca tive a curiosidade de me informar sobre o assunto porque, em abono da verdade, nunca foi coisa que me suscitasse curiosidade. Li que está para breve uma discussão no Parlamento, mas mais não sei.

O que me repulsa é quem faz notícias a dizer que "os portugueses" - com tratamento tipo indivíduo - dizem ou pensam isto ou aquilo.

O tema é muito sério e tratar "os portugueses" como estúpidos só demonstra a ignorância  e o desrespeito de quem escreveu esta notícia.

Ponho aqui o link:

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2283369&page=-1

E ainda mais. O tal "interesse superior da criança" ou o que os adultos acham ser o interesse superior duma criança que ainda não tem o descernimento de optar pelo que a rodeia na vida é uma grande farsa.

E como se pode garantir esse interesse superior da criança?

Permitindo ou não permitindo a adopção?

Estes temas não podem ser tratados com a leviandade  pela "isenta" comunicação social portuguesa, sedenta e mentirosa, cheia de interesses e compadrios.

Se querem discutir o tema com seriedade então façam um sufrágio precedido por debates. Façam os tais "portugueses" saber a verdade sobre os factos, os prós e os contras, e por favor deixem-se de opinar pelos tais.

É preciso respeito

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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Heróis de papelão

Onde andam os Portugueses?

Aqueles de nome grande que um dia resolveram descobrir o mundo com coragem e valentia? Onde anda espalhado o sangue desses heróis de outrora tão nobres e valentes? Destemidos! Onde andam os que abandonando as famílias se meteram em cascas de noz e resolveram zarpar para o desconhecido?

Mistério?

Às vezes ponho-me a matutar se tudo não passa de uma grande mentira. O embuste muito maior que o país que é diminuto em tudo. Que tudo aquilo que aprendemos na escola sobre este "grandioso" país não passou de uma invenção que se foi acumulando ao longo dos anos e que, sobretudo, serviu a uns e foi usado por outros. Uma coisa assim parecida com a actualidade mas sem aeroportos.

Porque afinal os heróis são de papelão?

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Robin Hood espanhol?

Lê-se na internet que:

Membros do Sindicato Andaluz de Trabalhadores (SAT) esvaziam carrinhos cheios de material escolar e colocam os produtos em veículos parados no estacionamento. Os militantes de esquerda invadiram um supermercado de Sevilha, sul da Espanha, para roubar material escolar e distribuí-lo entre famílias necessitadas, em forma de fazer fase à crise económica no país.

Que hei-de dizer?

Força!

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IPad no Blog ou será vice-versa?

Acabei de descarregar uma nova APP para escrever no meu Blog com o iPad

As etiquetas não funcionam mas...

Eu acho que é normal.

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domingo, 1 de setembro de 2013

Crescendo

Existem pessoas que são peritas em usar as boas vontades dos outros. Aqueles que de uma maneira natural, ou menos natural, se aproveitam do próximo, misturando muitas vezes realidades que não são as suas e de maneira a que, incutindo um sentimento de boa vontade, os outros lhes resolvam a vida.

Para as situações sensíveis um amigo. Para as outros já veremos.

Por vezes é assim. E que havemos de fazer? Nem todos os valores sociais são entendidos da mesma forma por toda a gente. Felizmente que a vida continua e o caminho é em frente.

Costumo dizer que vamos sempre crescendo na vida mas que uns crescem mais do que outros. De certa maneira os ritmos são diferentes. Quem pode criticar?

As minhas ultimas palavras perante os factos serão de boa sorte.

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